É com enorme satisfação que vemos o 9º Congresso Florestal Brasileiro (CFB) se tornar realidade após quase duas décadas do último congresso, realizado em São Paulo em agosto de 2003.

Desde então, muita coisa mudou nas políticas ambientais e florestais, no meio científico e no mercado produtor e consumidor de produtos florestais. Carecíamos de um evento a nível nacional, do porte dos CFBs, para divulgar os avanços alcançados nas várias frentes da nossa atividade florestal, promover o debate e buscar soluções para questões fundamentais que afetam seu desenvolvimento.

O Brasil possui inegável vocação florestal: 58% de nosso território, cerca de 500 milhões de hectares, é considerado pela FAO como “terras florestais”, atrás apenas da Rússia que possui 815 milhões de hectares de florestas.

As florestas desempenham papel estratégico na sustentabilidade, no crescimento econômico, na melhoria da qualidade de vida da população brasileira e na presença do país nos mercados nacional e internacional de alimentos e energia.

A crescente preocupação com as mudanças climáticas causadas pelos gases de efeito estufa (GEEs) trouxe um novo olhar para os benefícios proporcionados pela floresta. Os esforços dos países e empresas para compensar suas emissões de GEEs representam uma grande oportunidade para o estabelecimento de novas florestas, sobretudo nos trópicos, onde a produtividade é maior.

Além do carbono, os serviços ecossistêmicos relacionados à restauração, conservação da água, estratégica em tantos setores da economia, a biodiversidade e seus produtos madeireiros e não madeiráveis, as florestas urbanas e seus serviços, tudo isso se soma a um cenário que vai se concretizando no meio científico, técnico, empresarial e também político.

Já na construção civil, vemos crescer os incentivos ao uso de técnicas construtivas com utilização de Madeira Laminada Cruzada (CLT) em edifícios verticais, apontando para um consumo crescente de madeira em substituição ao aço e concreto.

A importância econômica, social e ambiental do setor florestal, sua contribuição atual e potencial ao desenvolvimento nacional e a travessia para uma economia verde de baixo carbono exigem uma estratégia nacional que lhe dê a dimensão equivalente ao papel que ele pode exercer como instrumento dos mais eficazes para o desenvolvimento sustentável do Brasil, colaborando para colocar o país na liderança da nova economia.

É nesse sentido que construímos essa 9ª edição do CBF. Um lugar de construção e debates com foco na inovação e tecnologia para o desenvolvimento do setor florestal brasileiro.

Sejam bem-vindos e bem-vindas ao 9º Congresso Florestal Brasileiro!

Amantino Ramos de Freitas (Presidente da SBS)

Pedro de Almeida Salles (Presidente da SBEF)